quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Um coelho da Toscana no domingo de folga

Coelho à moda da Toscana, o prato principal do domingo.
Domingão de quase folga. Deixa perfeita para uma incursão na cozinha, com todo o tempo do mundo disponível, questão apenas de saber o momento certo de escrever a coluna e remetê-la ao jornal.
Caprichar no almoço, portanto, era o mote em casa. Em com um revival já anunciado. O desejo clamava pela reedição de um, digamos, clássico por aqui, o Coelho à Toscana, que sempre rende alguns elogios dos comensais que têm a oportunidade de prová-lo.

 / A receita publicada na Prazeres da Mesa número 5, de 2003.A receita publicada na Prazeres da Mesa número 5, de 2003.

 / Um vinho italiano de toque final levemente adocicado, para acompanhar. Perfeito.Um vinho italiano de toque final levemente adocicado, para acompanhar. Perfeito.
Foi uma receita que descobri lá atrás, em 1999 no livro Sob o sol da Toscana, da norte-americana Frances Mayes. Ela conta as peripécias de se instalar em definitivo em uma casa de campo no entorno da cidade de Cortona, na Toscana. E enquanto fala de suas alegrias, suas descobertas e suas agruras, publica algumas receitas que vai aprendendo por lá (o livro virou filme depois, mas quase nada tinha a ver com a história original).
Uma das receitas que me chamou a atenção foi a do “Coelho com tomates e vinagre balsâmico”, que me lembro de ter reproduzido logo em seguida, com enorme sucesso, principalmente para meu próprio paladar. Aquele toque adocicado da combinação entre o aceto e os tomates me levou a um rosbife que comi na infância, que tinha um sabor semelhante e do qual nunca mais soube (era de uma amiga de minha mãe, que levou a um desses jantares de grupo e me coube uma sobra no dia seguinte).
O prato virou uma espécie de “Pièce de résistance”, o charme da casa, a ser exibido a cada convidado, a cada comensal. Tanto foi assim que decidi, algum tempo depois, enviar a receita para um concurso lançado pela revista Prazeres da Mesa, que vivia suas primeiras edições. Era a “Receita do leitor” e a minha foi escolhida para a edição de número 5 (Outubro de 2003), com direito a receber em casa uma garrafa de Veuve Clicquot. Maior sucesso, saí cacarejando para todos os lados (na época já havia começado a escrever sobre gastronomia para o site Paraná Online, editor que era do falecido jornal O Estado do Paraná).
O tempo passou, novas experiências de cozinha vieram, algumas novas fórmulas foram vencidas, outras técnicas assimiladas e nos esquecemos do prato. Até que a Graça me lembrou (e cobrou) dia desses. Bateu o desejo, tinha um coelho à nossa espera no freezer e daí foi só desenvolver o projeto. Que ganhou novamente corpo hoje (09/09), no preguiçoso domingo de inverno, quase primavera, mas com jeito de verão.
Sem problemas para a execução (foi servido com uma autêntica polenta italiana), houve tempo para uma entrada bem fresca e leve, com folhas e brotos a receber algumas lascas de cogumelos paris fatiados e grelhados (simples, pincelados no azeite sobre uma grelha quente e uma flor de sal ao término).
Como sobremesa, o Cheesecake com calda de frutas, receita da chef Eva dos Santos que a Graça executou muito bem. Pensei em dar a receita aqui, mas lembrei que faz parte do livro Marca de Chef, que lançamos dias atrás, sob chancela da Gazeta do Povo (e que tem mais datas de lançamentos, com noites de autógrafos, nas livrarias Curitiba e Cultura, nas próximas semanas). Acho que não custa fazer um charminho pro pessoal adquirir o livro, que, aliás, está belíssimo.
Para a receita do Coelho da Toscana, clique aqui.

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