domingo, 3 de julho de 2011

Uma noite de parmentier, chowder e crème brûlée, com o sabor do feito em casa


White chowder de camarões, vôngoles e mexilhões, o prato principal da noite caseira.
A ideia inicial era sair de casa. Tínhamos até um compromisso agendado. Mas uma quase consolidação de gripe e o mau tempo lá fora nos fizeram mudar de ideia. O jantar se sábado seria em casa, mas no melhor estilo de um inverno como deve ser.
Fuçando algumas receitas dentre as executadas e as inéditas chegamos ao primeiro consenso: o chowder. Que é a sopa cremosa de frutos do mar muito comum no litoral norte dos Estados Unidos e na costa atlântica canadense. A primeira receita foi a Graça quem trouxe de lá, quando esteve perambulando por uns tempos em Halifax. Há várias opções básicas, mas essa cremosa é muito especial e permite uma interessante variação entre frutos do mar, conforme a oferta da peixaria.
Prato principal decidido, a busca foi ativada e aí apareceu a sobremesa, quase uma fusão entre duas célebres criações francesas. Uma variação do Créme brûlée original, que fixa o sabor do creme de baunilha com a crosta crocante, com o clafoutis, também um creme, assado basicamente com frutas vermelhas (embora hoje já se permitam variações com peras, maçãs, abacaxis e até algumas ousadias salgadas). Desta feita o creme não leva baunilha e sim mascarpone, o suave queijo cremoso originário da Lombardia, na Itália. E as frutas são assadas juntas, como no clafoutis. Na finalização, um dos grandes prazeres da cozinha (pelo menos pra mim), que é a utilização do maçarico para ver derreter, uma a uma, as pedrinhas do açúcar cristal (aqui, especificamente vermelho, para combinar com as framboesas).
A entrada surgiu dali a pouco, num site gastronômico francês que muito aprecio, o http://www.cuisineaz.com/ (que também me permite não perder o contato com o idioma). Originalmente Parmentier de thon en verrine, o que, numa tradução simplória, poderia ser Torta de atum no copinho. É moda hoje servir entradas em verrines, até tenho algumas aqui, mas nenhuma refratária, infelizmente. Tive, então, de utilizar um refratário maior, único, para fazer a torta – que não deixa de ser uma espécie de madalena com atum e alguns temperos em vez da carne moída.
Pronto, cardápio decidido foi só ir ao fogão e abrir um chardonnay daqueles mais resistentes aos molhos encorpados e curtir a noite de inverno em casa. Sem a mínima vontade de pôr o nariz para fora.

Veja as receitas e as fotos dos pratos no novo endereço do blog, no site do jornal Gazeta do Povo, clicando aqui.

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